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Comentários desativados em Evitando passivos relacionados à Segurança no ambiente de trabalho
Por Daniel Gordiano: advogado do escritório Imaculada Gordiano Sociedade de Advogados, LEXNET Fortaleza; Pós-graduado em Direito e Processo do Trabalho e em Direito Público e Privado ; Especialista com ênfase Técnica / Jurídica em Segurança do Trabalho;Técnico em Segurança do Trabalho pelo SENAI-CE;
A Administração, hoje, empenhada em resolver a gestão de pessoas e outros processos, acaba negligenciando a importância do ambiente de trabalho seguro para seus colaboradores, deixando a desejar a relação entre empresa, funcionário e legislação trabalhista a favor da saúde e da segurança no trabalho.
Como inúmeras são as circunstâncias de trabalho, vários são também os tipos de empregadores: os que se preocupam com a segurança do trabalho, os que se preocupam com a integridade física do trabalhador e os que se preocupam com a fiscalização. Independente do âmbito de atuação, a empresa não se dá conta de que, por trás de qualquer problema com o trabalhador, ela fica à mercê da fiscalização e consequentemente susceptível a ações trabalhistas, fiscalizações e intervenções do Ministério Público, e ainda responsabilizando-se em último momento pela intervenção junto as SRTE’s.
Dessa forma, as novas orientações do direito empresarial determinam que as empresas observem os critérios de segurança no ambiente de trabalho pela importância na regulação do trabalho no Brasil e principalmente na manutenção do equilíbrio entre a segurança e a saúde do trabalhador através das obrigações impostas às empresas. Tais obrigações influenciam nos aspectos econômicos, sociais e ambientais, assegurando a proteção do trabalhador e consequentemente a saúde empresarial. Para esta regra funcionar, faz-se necessário sistematizar a comunicação envolvendo empresário, subordinado e supervisor.
O trabalho realizado com segurança faz com que os empregadores tenham um melhor desempenho na sua empresa, seja pela organização, seja pelo ambiente seguro e consequentemente pela satisfação dos seus colaboradores por trabalhar em ambiente seguro. Com isso, a produtividade aumenta, os acidentes deixam de acontecer, e a instituição passa a ser vista como motivadora e investidora de segurança. Esta postura, dentro das novas perspectivas do direito empresarial, caracteriza a mudança do paradigma do sistema tradicional de segurança para um sistema baseado em comportamentos através de um Sistema de Valor Corporativo, no qual a responsabilidade não é só do empregado, mas do empregador também.
Existem várias segmentos de empresas que já adotam estratégias para o ambiente de trabalho seguro e, dentro destes parâmetros, incluem a segurança do trabalho dentro dos projetos de melhoria, visto que, para o mercado de hoje, a saúde da empresa e de seus funcionários são fatores que influenciam para o sucesso, por isso investem desde organização do ambiente de trabalho até treinamentos e capacitações para seus empregados.
Hoje, as pequenas, médias e grandes empresas devem ter como preocupação o desenvolvimento de um ambiente saudável, em consequência disso, responderão com crescimento e inevitavelmente terão o respeito de seus fornecedores e compradores. A segurança do trabalho deve ser responsabilidade de todos, pois indiretamente gera custos para o governo, e esta conta é paga pelo cidadão e/ou pela empresa, custos estes que, na maioria das vezes, são gerados por descomprometimento dos empregadores os quais não acreditam na segurança do trabalho como fator gerador de sucesso para sua empresa.
Toda empresa que trabalha com responsabilidade cumpre a legislação, as normas de segurança e de saúde do Ministério do trabalho, evitando assim grandes passivos que possam vir a pesar nos seus custos, como: gastos com acidentes e com autuações, os quais podem ser gerados por desconhecimento do empresário, ou por realmente não se interessar em segurança, achando que o investimento nesta questão é desnecessário.
Atualmente, a empresa deve estar programada para estes gastos, sendo mais importante do que despender dinheiro com estes custos, investir no ambiente de trabalho e na qualidade de vida de seus funcionários, evitando ações judiciais, despesas com acidentes laborais e valores exorbitantes com multas por autuações do Ministério do Trabalho.
Em suma, o investimento na saúde e segurança do trabalho nas empresas contribui para: a redução nos gastos com contratação de mão de obra temporária ou permanente para ocupar o lugar deixado pelo trabalhador acidentado; para a credibilidade junto à comunidade e seus colaboradores, demonstrando ser uma empresa séria e comprometida com a segurança e bem-estar de todos que nela trabalham; para maior produtividade; para menos ações junto à justiça do trabalho; e consequentemente menos multas por autuações junto à SRTE. Assim, o trabalho preventivo e o investimento em políticas de segurança farão com que a empresa tenha credibilidade no mercado pelo baixo registro de acidentes, por empregados afastados por doenças ocupacionais, tendo como retorno sua saúde financeira e a produtividade dos seus colaboradores por desenvolver suas atividades de forma segura.
Bibliografia:
http://jota.uol.com.br/seguranca-trabalho-e-sustentabilidade-empresarial-uma-bandeira-de-todos;
http://segurancadotrabalhonwn.com/a-importancia-da-seguranca-do-trabalho.