Por Gustavo Zimmermann, consultor da LEXNET
O futuro da escrita e a inteligência artificial
Buscando desvendar a preocupação expressa no título acima, a “The Economist” publicou em 19/12/2017 o artigo “How soon will computers replace The Economist’s writers” (Em quanto tempo os computadores substituirão os escritores da The Economist?) escrito inteiramente por um software de inteligência artificial “treinado” por artigos anteriores da seção de ciência e tecnologia da revista.
A preocupação se baseou na constatação de que as máquinas inteligentes estão cada vez mais próximas e no fato de que os circuitos eletrônicos funcionam um milhão de vezes mais rápido do que circuitos bioquímicos do nosso cérebro. Assim sendo, a computação cognitiva funciona 1 milhão de vezes mais rápido do que a cognição humana. (a computação cognitiva já realiza, em um dia, o trabalho intelectual que a cognição humana levaria 3.000 anos!).
Ademais, um estudo de 2003, muito citado nos EUA concluiu que metade dos empregos americanos, incluindo os de escritores estaria em risco nas próximas décadas. Um outro artigo anunciava que os computadores estariam escrevendo ensaios escolares até 2025 e produzindo livros best-sellers durante os anos 40 deste século.
The Economist treinou um programa de IA em artigos de sua seção de Ciência e Tecnologia e o fez gerar um texto de lavra própria. O resultado, apresentado abaixo, mostra o poder e as limitações do aprendizado de máquina de reconhecimento de padrões, que é mais ou menos o que a inteligência artificial faz.
Nas linhas abaixo está reproduzido um trecho desse texto (por mim traduzido e destacado do original) para ilustrar o resultado da experiencia e ilustrar o conteúdo obtido. O original publicado na seção de Ciência e Tecnologia da edição impressa foi antecedido do seguinte aviso: “esse artigo foi escrito inteiramente por um software de inteligência artificial “treinado” por artigos anteriores desta seção da revista”.
E agora o nosso o repórter robô:
… os maiores cientistas da computação do mundo mostraram que o custo de transportar as ondas sonoras para o fundo do sol é a melhor maneira de criar um conjunto de imagens …. O mesmo filme é um protótipo especial consulte (o <a href=’/node/105180’> artigo </a>) …
Uma pessoa com um trecho de software pode ser transmitida por um processo de segurança que pode ser adicionado a um único bit de leitura. O material é composto por um único pixel, o que é possível e faz com que o laser seja iniciado para converter o vapor resultante na superfície da bateria capaz de produzir energia a partir do ar e depois transformá-lo em um display de baixo custo.
A solução é codificar o controle especial de um chip encontrado em um carro. O resultado é uma forma de alternativa aos carros elétricos, mas o maior problema é que o sistema de controle é então alimentado por um computador que é composto de uma segunda parte do espectro.
A primeira solução está longe de ser barata. Mas … pode ser lido como as ondas sonoras estão disponíveis. A posição do sistema é feita de um carbono contendo um componente especial que pode ser usado para conectar o ar a um motor diesel convencional.
… O resultado é um químico chamado nano tubo de carbono que é absorvido pelo processo de conversão de um óxido sólido em um produto químico específico do nervo celular….
O computador imitou o estilo da Economist e identificou tópicos que ela aborda com frequência e, embora as sentenças sejam gramaticalmente corretas, elas não têm significado.
Segundo a Economist, seu experimento ajudou a demonstrar que nem jornalistas, escritores e advogados, nem qualquer outra profissão que depender de escrita será, pelo menos por ora, substituída pelo “machine learning”. Para alívio da revista, seus correspondentes terão emprego para voltar depois do Natal.
“A inteligência artificial faz o trabalho de pesquisa e análise manual de um número sem precedentes de informações para que os profissionais possam focar naquilo que melhor sabem fazer”. Desta forma, a inteligência artificial ajuda a organizar a informação, tornando os profissionais mais eficazes e, ainda está longe de substituí-los.
Não existe ameaça próxima e sim uma boa notícia que ajudará mais a quem enxergar isso primeiro. O texto apresentado mostra o poder e as limitações do aprendizado de máquina de reconhecimento de padrões, que é mais ou menos o que a inteligência artificial encerra.
O computador imitou nosso estilo e identificou tópicos abordados com frequência e, embora as sentenças sejam gramaticalmente corretas, elas não têm significância.
Em suma, a inteligência artificial não escreveu o artigo “How soon will computers replace The Economist’s writers”, e ainda não está em posição de contribuir nas profissões onde a externalização escrita do pensamento é necessária.